Notas |
- Maître do Copa discute com o diretor Orson Wells Durante 40 anos, o tchecoslovaco Fery Wunsch trabalhou nno Copacabana Palace, onde conviveu com reis, rainhas, príncipes, princesas, políticos,a rtistas, cantores, milionários e a alta sociedade do país. Em 1983, aos 84 anos, ele publicou o livro "Memórias de um maître-d'hôtel" com histórias saborosas e picantes de um dos mairoes hotéis do mundo. Essa história começa nos anos 30 quando o tcheco chegou ao Brasil a bordo do Navio Conte Verdi e, graças a uma carta de recomendação, conseguiu emprego no Copa. É bem verade que ele tinha experiência no ramo, pois trabalhara em vários estabelecimentos, inclusive no Egito, onde morou antes de imigrar para o nosso país. — No Cairo - contou na entrevista que fiz com ele -, o IBC abriu um bar para a venda do produto. Achei gostoso o café brasileiro, melhor do que o turco que não é coado. Atraído por esse paladar, ele passou a freqüentar o bar que ficava localizado próximo ao Rio Nilo. — Todas as vezes que levava a xícara À boca, via pintada a bandeira do Brasil no teto. Quis, então, conhecer esse país. Fery relatou, em seu livro, como funcionava a boate Meia-noite, a primeira privê do Rio, e o Bife de ouro, o que me levou a lhe pedir: — Conte uma história de um dos artistas que passou pelo hotel. — Orson Welles estava tomando banho, quando acabou a água. Ele ligou para mim e eu disse que a água tinha acabado por causa do racionamento. No dia seguinte, o velho maître continuou, caiu um temporal na cidade os telefones ficaram mudos. — O diretor queria telefonar. Eu expliquei que tinha entrado água na tubulação e ele me perguntou: — Qual de nós dois é louco, pois quando peço água você diz que não tem. E quando quero falar ao telefone, você diz que tem água nos canos da telefônica?Fonte: http://www.dopropriobolso.com.br/paginas_bolso/txt182.htm Gilson Rebello in Coletivo, 6 dez. / 2004.xxxxxxxxxxxxxO mais precioso registro sobre a boate Meia-Noite e sua receita de sucesso está no livro de Fery Wünsch Memórias de um Maître de Hotel (Edição Particular, RJ, 1983). O autor, nascido na extinta Checoslováquia, veio para o Brasil em 1930, tornando-se maître sênior e a seguir diretor dos restaurantes do Copa. Trabalhou ali por 40 anos. Antes de chegar ao Brasil, atuou em dois restaurantes históricos da capital francesa: o Café de Paris e o Boeuf à La Mode. Também prestou serviços ao rei Fuad I, do Egito, pai do célebre mulherengo rei Farouk.Fery contou no livro que ficou chique saborear o picadinho meia-noite. Muitos clientes da boate o solicitavam. Eram milionários e personalidades cariocas, em "esticadas", como se dizia, depois de shows, filmes ou de espetáculos artísticos no Teatro Municipal; políticos, diplomatas, artistas e intelectuais nacionais e internacionais; ou estrelas de Hollywood em visita à cidade. Provaram e gostaram do picadinho meia-noite, entre outros, a princesa italiana Ira de Furstenberg, que causou alvoroço ao trocar o marido europeu pelo industrial brasileiro Baby Pignatari; a atriz e modelo Ilka Soares; o poeta Augusto Frederico Schmidt; o cronista Rubem Braga; o empresário João Havelange, futuro presidente da Fifa; o filólogo e dicionarista Antonio Houaiss.Segundo Fery, o picadinho meia-noite era o prato favorito de João Neves da Fontoura, nascido no Rio Grande do Sul, duas vezes ministro das Relações Exteriores do Brasil. Também foi saboreado por outros gaúchos transplantados para o Rio de Janeiro pela Revolução de 1930, a começar por Getúlio Vargas e Oswaldo Aranha. Entretanto, não por acaso, os adeptos mais fiéis da especialidade sempre foram os playboys, começando por Jorginho Guinle - sobrinho do hoteleiro Octávio Guinle, fundador do Copacabana Palace em 1923 - e seus grandes amigos: Baby Pignatari, Carlos Niemeyer, Ibrahim Sued, Mariozinho de Oliveira e Sérgio Peterzone.Fonte: Jornal Estado de São Paulohttp://www.estadao.com.br/noticias/suplementos%20paladar,o-picadinho-mais-querido-do-brasil,4091,0.htmxxxxxxxxxxxxxxxxFaço saber que, tendo em vista a aprovação na Sessão de 15 de outubro de 1986 do Projeto de Resolução nº 643, de 1986, de autoria do Deputado Victorino James, a Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro resolve e eu, Presidente, promulgo a seguinte RESOLUÇÃO Nº 613 DE 1986 CONCEDE O TÍTULO DE CIDADÃO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO AO SENHOR FERY WUNSCHArt. 1º - Fica concedido o Título de Cidadão do Estado do Rio de Janeiro ao Senhor FERY WUNSCH.Art. 2º - Esta Resolução entrará em vigor na data de sua publicação.Rio de Janeiro, em 20 de outubro de 1986Fonte: http://alerjln1.alerj.rj.gov.br/contlei.nsf/01017f90ba503d61032564fe0066ea5b/fecf0d7164a586dc032567440063f2ba?OpenDocument
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